Estréias desta sexta-feira nos cinemas de São Paulo

De Corpo e Alma desnuda o mundo dos dançarinos de balé
De Corpo e Alma (The Company) é a homenagem do cineasta Robert Altman ao mundo sempre cambiante do balé e seus dançarinos de primeiro nível. Rejeitando o drama de um filme sobre dança como foi Momento de Decisão (The Turning Point), Altman e seus colaboradores optaram pelo realismo quase documental.

Eles registraram ensaios de uma companhia de dança, os cuidados rápidos dados a corpos contundidos e calejados, discussões sobre coreografias e sobre os próprios espetáculos, tudo mostrado através da fotografia atenta e amorosa de Andrew Dunn.

Altman e a roteirista Barbara Turner impõem pouca narrativa ao filme. Em lugar disso, deixam o drama por conta do trabalho cotidiano da companhia de dança Joffrey Ballet, de Chicago.


Bill Murray faz advogado na comédia Falando de Sexo
Os produtores não tiveram bem certeza de como chamar este filme, que ficou como Speaking of Sex (Falando de Sexo) na Europa e Mr. Happy na América do Norte. O dilema quanto ao título é sintomático dessa comédia, que dispara contra diversos alvos diferentes: terapeutas sexuais, advogados, seguradoras, a medicina tradicional. O elenco de Falando de Sexo é coroado pela performance deliciosamente amalucada de Bill Murray no papel coadjuvante de um advogado intransigente de seguradora.

Com a atuação sério-cômica de Murray e piadas erótico-linguísticas suficientes para alimentar dez temporadas de Sex and the City, o filme deve agradar em cheio nas grandes cidades e no meio estudantil. Dan e Melinda (Jay Mohr e Melora Walters), um casal de Boise, Idaho, estão tendo problemas sexuais. Melinda procura uma terapeuta sexual cujo nome ela encontra num anúncio pregado num ponto de ônibus.

Não chega a surpreender que a sexóloga, a doutora Emily Paige (Lara Flynn Boyle), a ajude mais ou menos tanto quanto faria uma consulta telefônica qualquer. Mas ela faz uma coisa boa: encaminha Melinda a um especialista em depressão.


Viva Voz usa astros da TV em comédia policial
Paulo Morelli, sócio de Fernando Meirelles na produtora O2, toma um caminho bem diferente do diretor de Cidade de Deus em seu filme Viva Voz. Longe do universo bandido e trágico de Cidade de Deus, o diretor conta uma comédia urbana com um elenco de rostos conhecidos da TV.

Duda (Dan Stulbach, o famoso espancador da novela Mulheres Apaixonadas) anda saindo da linha. Está aplicando um golpe, fazendo um milionário caixa dois. Além disso, ele está traindo a mulher, a perua Mari (Viviane Pasmanter), com uma de suas funcionárias, Karina (Graziella Moretto, a Roxane do longa Domésticas e também a jornalista Marina, de Cidade de Deus).

O que dará a tacada inicial em toda a rede de intrigas é quando o celular de Duda é acionado acidentalmente durante um encontro com a amante. Do outro lado da linha está a mulher que, pasmada, ouve tim-por-tim informações da escapada do marido. E junto com a amiga Déia (Betty Gofman), Mari planeja sua vingança, embora esta não seja necessária.