'Ópera do Malandro' vira superprodução

Faz tempo que o malandro abandonou a navalha. Já em 1978, quando Chico Buarque estreou seu musical "A Ópera do Malandro", com direção de Luis Antônio Martinez Corrêa, a figura de terno branco e sapato bicolor era raridade no Rio de Janeiro.

Mas, volta e meia, o danado reaparece -e mais malandro do que nunca. Nos últimos 11 meses, ele foi visto com freqüência na praça Tiradentes, no teatro Carlos Gomes. Depois de temporada lotada no Rio de Janeiro, a nova versão de "A Ópera do Malandro" estréia em São Paulo, no Tom Brasil -Nações Unidas.

Com uma produção de cerca R$ 2 milhões, bancada integralmente pela Prefeitura do Rio de Janeiro, a peça causou confusão na gestão de Miguel Falabella à frente da rede de teatros municipais cariocas. "Ele resolveu investir em uma grande produção musical e não em dez grupos de pesquisa. No começo, muita gente reclamou. Mas nós respondemos vendendo todos os ingressos antes mesmo de estrear", afirma o diretor Charles Möeller, que soma 15 anos de experiência em musicais ao lado do diretor musical Cláudio Botelho.

Segundo Möeller, o musical é totalmente fiel ao original de Chico Buarque. "Não tenho vaidades de encenador. Quero que o público veja o que o Chico escreveu", afirma.

A montagem conta com música ao vivo e um elenco de 20 atores, como Mauro Mendonça (Duran), Lucinha Lins (Vitória), Soraya Ravenle (Teresinha), Claudio Tovar (Tigrão), Thelmo Fernandes (Geni) e Alexandre Schumacher (Max Overseas).
Inspirada na obra "Ópera dos Três Vinténs", de Bertolt Brecht e Kurt Weill, a peça faz um retrato da malandragem carioca na Lapa dos anos 40.

A ÓPERA DO MALANDRO www.tombr.com.br. Tom Brasil - Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, região sul, tel. 2163-2000). 2.000 lugares. Qui. a sáb.: 21h30. Dom.: 19h30. Até 1º/8. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 30 a R$ 80. CC: todos. Estac. c/ manob. (R$ 15). Ingressos pelo telefone Acesso a deficientes Ar-Condicionado