Por: Ronaldo Hung



 
 
Muitas estréias esta semana: "Starsky & Hutch", “No Pique de Nova Yorque”, “Efeito Borboleta” e “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”. Do drama à comédia, filmes para todos os gostos.

STARSKY & HUTCH - JUSTIÇA EM DOBRO (Starsky & Hutch - EUA, 2004)
Mais um seriado de tv chega às telonas, desta vez “Justiça em Dobro”, que fez grande sucesso na década de 70 e ainda continua sendo exibida na tv a cabo (na Sony e RetroTV). A série narrava o cotidiano de dois policiais, David Starsky e Ken Hutchinson, mas quem roubava as cenas era o carro, um Ford Torino vermelho, com uma listra branca na lateral (existe até videogame com o veículo). Na adaptação para o cinema, o clima que prevalece é de comédia. Ou seja, o que poderia ter sido um grande filme de ação se transformou em uma aventura bem-humorada.
Mas o resultado não ficou ruim, principalmente pelo fato de que o filme acontece na década de 70 e não nos dias atuais. Todo o visual é propositalmente cafona, o que gera muitas situações engraçadas. Se for visto desta maneira, esquecendo-se do clima policial do seriado, a fita funciona e garante boa diversão.

E a dupla principal, Starsky (Ben Stiller) e Hutch (Owen Wilson), está bem entrosada. O filme conta ainda com as beldades Carmen Electra e Amy Smart (que ganharam o prêmio de melhor beijo do último MTV Movie Awards) e Will Ferrell (do humorístico Saturday Night Live). Curiosidade: os atores originais da tv (David Soul e Paul Michael Glaser) fazem uma participação especial no filme, quase no finalzinho (uma justa homenagem).

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind - EUA, 2004)
O título pomposo não deixa dúvidas: não é outra comedinha estrelada pelo astro Jim Carrey. O roteiro de Charlie Kaufamn (de “Adaptação” e “Quero Ser John Malkovich”) garante consistência ao filme, dirigido por Michel Gondry (dos clips da cantora Björk). Pena que o grande público não aceite bem o ator Carrey, preferindo o comediante Carrey. Ele é um bom ator e já provou em outras fitas (“O show de Truman” e “O Mundo de Andy”) que não precisa mais viver de caretas.

A história: ao descobrir que um longo namoro chegou ao fim e que sua namorada, Kate Winslet (que sempre será lembrada por Titanic) submeteu-se a um tratamento para apagar da sua mente toda e qualquer lembrança sua, Jim decide fazer o mesmo. Uma idéia interessante: não seria ótimo se as feridas de amor pudessem ser tão facilmente esquecidas? No universo do filme, um amor que se tornou um desastre poderia ser simplesmente deletado da memória. Mas o roteiro bem elaborado garante nuances interessantes ao tema. E, já dizia um antigo ditado vulcano, “possuir nem sempre é tão bom quanto desejar...”. Não é uma fita de risos, mas de sorrisos. Vale conferir. Ainda no elenco, o “Frodo” Elijah Wood e a namoradinha do Homem-Aranha, Kirsten Dunst.

Efeito Borboleta (The Butterfly Effect - EUA, 2004)
Ashton Kutcher é conhecido pelo grande público pela série “That 70´s Show” e por um programa na MTV (Punk´d). No cinema, teve papéis em comédias como “Cara, Cadê Meu Carro?” e “Recém-casados”. Neste filme ele tenta algo diferente, no papel de um estudante de psicologia que descobre um maneira de voltar no tempo para alterar o passado e evitar uma tragédia. Some-se a isso o fato de seu personagem ser um tanto problemático (com traumas de infância).

Mas como reza as leis de viagem no tempo, se você muda o passado, muda o presente, mas também muitas outras coisas. A direção desta fita é da mesma dupla responsável pelo roteiro de “Premonição 2” (Eric Bress e J. Mackye Gruber). Vale uma espiada, pois o tema sempre interessa.

No Pique de Nova Yorque (New York Minute - EUA, 2004)
Comédia com as as gêmeas Olsen (Ashley & Mary-Kate), também conhecidas da tv (de “Três É Demais”, exibida pelo SBT) e que, adolescentes, apostam nessa produção onde uma faz a certinha e a outra a maluquinha aprontando em Nova Yorque. A desculpa: uma bolsa de estudos em Oxford e a gravação de um videoclipe de uma banda de rock (uma delas quer ser estrela de rock). No elenco, Eugene Levy (o pai de “American Pie”) e o filho de Ozzy Osbourne, Jack. Bem pipoca, sem nenhum compromisso (porém não chega a ser um “Meninas Malvadas”).