Por: Ronaldo Hung



 
 
Semana marcada pela estréia do nacional “Contra Todos”. No circuito também chegam “Capitão Sky e o Mundo de Amanhã”, com acabamento visual digital, e o policial “Spartan”.

CAPITÃO SKY E O MUNDO DE AMANHÃ
A grande estréia pipoca da semana, inspirada diretamente nos antigos seriados do cinema, este filme marca a estréia de Kerry Conran como diretor e roteirista. O grande charme desta produção é que, exceto os atores, todo o restante é pura computação gráfica. Aliás, até mesmo a atuação de Sir Laurence Olivier como o vilão foi obtida com imagens do ator de outros filmes (o ator morreu em 1989). O resultado impressiona na telona e tem efeitos da Industrial Light & Magic, entre outras empresas, e por trás da produção estão os nomes de Jon Avnet (de êxitos como “Tomates Verdes Fritos” e “Íntimo e Pessoal”) e do ator Jude Law.

Já exibido na Mostra de Cinema, a fita tem elenco de astros: Gwyneth Paltrow e Jude Law, que fazem o par de heróis (os dois haviam trabalhado juntos em “O Talentoso Ripley”) e Angelina Jolie. Trata-se de uma ficção, com o desaparecimento de cientistas sendo investigado por uma repórter e um piloto, que irão enfrentar um grande vilão. A estorinha de sempre; o formato, no caso, parece ser a principal atração. Os puristas poderão torcer o nariz para as novas técnicas, mas não deixa de ser uma boa opção.

SPARTAN
Thriller de espionagem estrelado por Val Kilmer, sob a direção de David Mamet. Kilmer é um experiente agente que é chamado quando a filha de um importante figurão do governo desaparece. A crítica elogiou o roteiro e o desenrolar da trama, onde nada parece o que é. Quem gosta de uma boa trama provavelmente não irá se decepcionar. Uma curiosidade para os cinéfilos que gostam de reparar em detalhes: o bar utilizado como locação de uma das cenas é o mesmo de “Shaft”, estrelado por Samuel L. Jackson.

CONTRA TODOS
Escolhido pelo júri como o melhor filme brasileiro no Festival do Rio 2004, esta produção nacional já deixava claro pelos trailers exibidos de que não era uma fita “para todos” (com o perdão do trocadilho). A trama, ambientada na periferia de São Paulo (locações na zona leste da capital), acompanha uma família onde o pai é, na verdade, um matador, escondido sob uma imagem de homem religioso.

Há momentos tensos, traições, bate-boca e revoltas por parte da mulher e da filha. Tudo numa montagem que incomoda (os planos foram filmados com câmera de mão). Houve muitos diálogos improvisados e parece que o roteiro foi sendo construído aos poucos. O que de certa forma acabou colaborando com o clima “cru” do filme. A atriz Sílvia Lourenço levou o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio e no Festival Latino-Americano de Trieste. E a produção foi premiada no Festival Internacional de Cinema de Hong Kong. Como se vê, a fita vem de uma boa carreira internacional e ganha agora o circuitão. Embora nem todos possam gostar, merece uma conferida.

ANJO DE VIDRO
Com a chegada da época das festas, aos poucos começam a aparecer as tradicionais fitas com temas natalinos (na próxima semana deve estrear a mais badalada, “O Expresso Polar”, com Tom Hanks). Este não é propriamente um fita de Natal, mas uma estória ambientada na época. Aliás, é um grande drama, com elenco de astros, como Penélope Cruz, Susan Sarandon, Paul Walker (de “Velozes e Furiosos”, experimentando outro tipo de papel, como par romântico de Penélope) e Robin Willians.

O filme acompanha um grupo de moradores de Nova York no Natal (a cidade continua fotogênica, principalmente em tempo de festividades de fim de ano). Cada um tem um motivo para estar amargurado. Então vamos tentar entender, ou pelo menos, testemunhar o desenrolar do roteiro, com as tradicionais questões de filmes assim. Nenhuma novidade na fórmula, já vista inúmeras vezes nas telas. Se é bom ou ruim, vai depender do seu estado de espírito. Mas Penélope Cruz já vale o ingresso.

OUTROS FILMES
O MAIS BELO DIA DE NOSSAS VIDAS
Filme italiano premiado no Festival de Montreal de 2002. Trata-se de um drama familiar, onde a figura principal é a mãe, que vive inconformada com os rumos que a sua própria família tomou. Uma filha ficou viúva e parece não conseguir superar a tragédia. Outra filha vive insatisfeita com o marido. E o filho enfrenta dúvidas pessoais e sexuais.