Por: Ronaldo Hung






ALEXANDRE
Estreando a superprodução de Oliver Stone, narrando a vida e os feitos de Alexandre nas terras da Macedônia e Índia. Personagens históricos sempre renderam épicos no cinema, seja no bom ou mau sentido da palavra. Esta fita tem a seu favor um elenco repleto de astros, o que já deve garantir a atenção do público.

No papel principal, Colin Farrell. Mas a lista é extensa, incluindo Val Kilmer, Anthony Hopkins (que narrava o trailer e aqui serve de fio condutor, vivendo Ptolomeu), Cristopher Plummer (como Aristóteles) e Angelina Jolie (fazendo a mãe do herói!) . Com grande parte das cenas rodadas na Tailândia, o filme tem quase 3 horas de duração e não foi bem recebido nos EUA. Stone nem sempre agrada, mas tem domínio da técnica. Resta saber se acertou a mão neste filme.



O FILHO DE CHUCKY
O boneco Chuchy voltou! Acredite, ele chegou ao quinto filme (o primeiro é de 1988) e não está mais sozinho. Além da noiva (voz de Jennifer Tilly), agora ele tem um filho no seu pé. Como deu para perceber, não é filme para se levar a sério. É terror com humor negro mesmo. Mas para quem já conhece o rumo que a franquia tomou, não vai estranhar.

Na história, o filho do boneco descobre que está sendo rodado um filme sobre seu pai e resolve ir atrás do boneco. Há muitas referências a outros filmes de terror e piadas do gênero (há brincadeiras com Psicose e até uma sósia de Britney Spears), garantindo a diversão para quem gosta do estilo. Don Mancini, criador do personagem, estréia na direção da fita, rodada na sua maior parte na Romênia.

ELIANA EM O SEGREDO DOS GOLFINHOS
Depois de Xuxa e Angélica, faltava a apresentadora infantil Eliana investir na tela grande. Aproveitando as férias da criançada, chega ao circuitão essa aventura em tom ecológico, ambientada no México (belas locações no Caribe). Ela encara o desafio de estragar os planos de um vilão responsável por vários acidentes ecológicos, vivido com muito non-sense por Fúlvio Stefanini, que dispensa apresentações.

A direção de Eliana Fonseca, que realizou “O Martelo de Vulcano”, com os personagens da Ilha Rá-tim-bum, já é um bom sinal, e pode ser uma boa opção para o verão para a garotada.




SEGREDOS DE FAMÍLIA
Dramas familiares sempre estão sendo filmados. Com bons ou maus resultados, sempre têm um público fiel. Aqui, o elenco inclui Michael Caine e Christopher Walken, dois grandes atores, em bons momentos. A estória em si é sem grandes novidades: filho tenta reaproximar o avô e o pai, que há anos não se viam. Há um toque de “road movie” em certo momento, mas o que vale mesmo é a presença dos astros, garantindo momentos humanos e tocantes. Walken ganhou com este filme o prêmio de melhor ator no Festival de Montreal.



O OPERÁRIO
Intrigante produção, que traz o novo Batman, o ator Christian Bale. Ele faz um operário que sofre de insônia e também apresenta um lado paranóico cada vez mais descontrolado. O espectador é jogado dentro do universo conturbado do personagem, onde as coisas acontecem e nem sempre são o que aparentam ser. Curiosidade: para o papel, Bale perdeu 28 quilos, numa rígida dieta, a la Robert De Niro. Segundo a crítica especializada o trabalho do ator merece uma conferida. No elenco, a bela Jennifer Jason Leigh (de “Mulher Solteira Procura”)






Machuca revê golpe do Chile sob a ótica de três meninos
Quando Machuca estreou nos cinemas chilenos, em agosto do ano passado, o diretor Andrès Wood estava ansioso quanto à repercussão de seu trabalho. Afinal, era um risco fazer um filme de ficção abordando a época do golpe de 11 de setembro de 1973, liderado por Augusto Pinochet, e que produziu milhares de mortos e desaparecidos - um assunto que, ainda hoje, divide o país ao meio.


Entretanto, o filme foi um sucesso. Continua em cartaz nas telas chilenas, já foi visto por 700 mil pessoas e ainda pode ser um dos indicados ao Oscar de filme estrangeiro - compete por uma das cinco indicações desta categoria junto a 48 outros filmes do mundo todo, inclusive o brasileiro Olga, de Jayme Monjardim, cujo anúncio será feito no dia 30 de janeiro.

Entre as surpresas da recepção do filme, está o fato de que agradou aos jovens, que não viveram o período da ditadura chilena. Uma das razões para o impacto certamente está no fato de que a história é conduzida por personagens pré-adolescentes. Gonzalo (Matias Quer) tem 9 anos, estuda num colégio católico de classe média alta que, durante o governo de Salvador Allende, coloca em prática uma experiência nova: dá bolsas a alguns alunos pobres, moradores de favelas em torno de Santiago, o que divide os pais dos alunos mais ricos, da mesma forma como a sociedade chilena se dividirá cada vez mais entre esquerdistas pró-Allende e conservadores golpistas.

Por conta dessa integração temporária entre ricos e pobres na escola, Gonzalo vai conhecer Pedro Machuca (Ariel Mateluna) e Silvana (Manuela Martelli), mudando a vida de todos para sempre.