'Zé Pequeno' vira diretor de curta e embarca para Europa

Zé Pequeno ficou pra trás, o sucesso de "Cidade de Deus" passou mas seu intérprete Leandro Firmino da Hora está começando a colher frutos. O sonho do menino pobre da favela-título do filme de Fernando Meirelles e Kátia Lund se realizou com o lançamento de "Um crime quase perfeito": dirigir um filme. No caso, o curta-metragem de ficção sobre o sistema de saúde pública no Brasil dirigido por ele e Luis Nascimento.

- Tá rindo de quê, ô palhaço? É sério - "brincou" Leandro Zé Pequeno Firmino do palco do Cine Odeon, onde era exibido seu filme pela primeira vez e onde a platéia não controlava as risadas diante do jovem que ainda remete à lembrança de seu personagem e suas célebres frases, como "Dadinho é o caralho, meu nome é Zé Pequeno".

Firmino queria deixar claro à platéia - que incluía muitos moradores da Favela do Vidigal ligados aos grupos de teatro e audiovisual da comunidade, o Nós do Cinema e o Nós do Morro, além de atores famosos como Flávio Bauraqui ("Madame Satã"), Maria Flor, Caio Blat e do escritor Paulo Lins - que seu curta tratava de um assunto sério como tantos outros abordados pelo grupo. No caso de seu filme, a negligência médica que atinge não só a classe baixa ou apenas os negros e favelados. O curta, na verdade, é inspirado em uma história real da filha de um médico que sofre overdose e tem atendimento no hospital público negado pelo próprio pai, que não sabia de quem se tratava.