Por: Ronaldo Hung





Semana com poucas novidades de peso no circuitão. Por outro lado, as telas ganham uma produção nacional e o novo trabalho do diretor Carlos Saura. Confira:

BE COOL - O OUTRO NOME DO JOGO
Esta fita está sendo vendida como o reencontro dos dois astros de Pulp Fiction: Travolta e Uma Thurman. E realmente o filme é deles e a química da dupla ainda funciona, rendendo bons momentos na tela (com a inevitável cena de dança). Na verdade, seria a continuação de “O Nome do Jogo”, de 1995 (daí o subtítulo nacional). Pouca gente conhece o filme, que abordava o meio cinematográfico com humor negro. Agora, o personagem de Travolta decide se aventurar no mundo da música, justamente tendo como sócia a viúva de um de seus amigos (Uma, é claro). A fita também é uma diversão entre astros, com vários deles fazendo ponta (Harvey Keitel, Dwayne "The Rock" Johnson, Danny DeVito, James Woods e um divertido Steve Tyler, do Aerosmith).

O FILHO DO MÁSKARA
Depois de tanto tempo, resolveram realizar essa continuação do sucesso de Jim Carrey, “O Máskara”, (de 94, que até virou desenho animado). No caso, o filho do personagem agora é quem assume o filme, correndo atrás de outra criança, filho de um cartunista, que tem a tal máscara que dá poderes (como visto no original). Não espere muita coisa. Pelo trailer, parece material para vídeo, como sessão de uma tarde sem outras opção. Curiosidade: o único ator que volta nesta produção é Ben Stein (que faz o Dr. Arthur Neuman). Mas para quem viu o original (um dos bons momentos da comédia exagerada de Carrey), este aqui decepciona. Na versão dublada, o destaque é o roqueiro Supla.

CABRA-CEGA
Produção nacional, ambientada na época da ditadura, com toques caustrofóbicos. Um militante político, depois de ser ferido, precisa se esconder em um apartamento, para se recuperar. O problema é que ele fica isolado do mundo e começa a, literalmente, “pirar”. Em tempos de shows de realidade na tv onde o confinamento é uma prova de resistência, o tema é mais do que atual. Com vários prêmios do Festival de Brasília, a fita é dirigida por Toni Venturi, que já produziu documentários e imprime um ritmo onde o ambiente, a história e os personagens (vividos por Leonardo Medeiros, Débora Duboc e Jonas Bloch) envolvem o espectador de maneira quase sufocante. Quem gosta do gênero não deve se arrepender. O tema musical é interpretado por Fernanda Porto, que faz uma releitura do clássico “Roda Viva”, de Chico Buarque.

O SÉTIMO DIA
Carlos Saura de volta ao circuito alternativo da cidade. Quem conhece a obra deste consagrado diretor já sabe o que esperar. Ao que consta, é baseado em fato verídico: duas famílias espanholas e suas desavenças por 30 anos.


A fita foi indicada a 4 prêmios Goya principais (diretor, ator e atriz coadjuvante e direção de arte), mas levou mesmo o de direção no Festival de Montreal. No elenco, José Luiz Gómez, Juan Diego e Victoria Abril. Cinema alternativo de grife.

NINGUÉM PODE SABER
Produção japonesa premiada no Festival de Cannes (melhor ator). Um drama daqueles, que acompanha 4 crianças que vivem com a mãe em um minúsculo apartamento em Tóquio.


O que acontece é que, para o dono do imóvel e vizinhos, ali só vive a mãe e um filho. Como problemas nunca vêm sozinhos, a mãe desaparece de casa, deixando os irmãos aos cuidados do irmão mais velho. Sensível fita, com destaque para a interpretação dos atores infantis.