Por: Ronaldo Hung





Ainda dominado pelo novo Star Wars, o circuito não tem grandes estréias neste feriado. O destaque fica para o novo Woody Allen e uma aventura com Penélope Cruz.

SAHARA
Fica difícil não lembrar de Indiana Jones quando surge um novo filme de aventura com algum caçador de tesouro. Mas, volta e meia aparece um novo produto do gênero. Esta fita tem como curiosidade Penélope Cruz em sua primeira fita de ação, ao lado do atual namorado, Matthew McConaughey, que faz o herói, um tal Dirk Pitt, que está atrás de um lendário tesouro (é claro) em algum lugar perdido na África (locações em Marrocos, Espanha e Londres). Parece mais uma sessão da tarde, daquelas que provavelmente vai ficar melhor depois, no vídeo. Mas, na falta de opção, funciona como divertimento.

O diretor Breck Eisner participou da minissérie “Taken”, de Steven Spielberg. Baseado em livro de Clive Cussler, o personagem deste aventureiro estava previsto para Tom Cruise (outro ex de Penélope, aliás) e quase foi vivido por Hugh Jackman (que na ocasião estava envolvido em “X-Men 2”). Outra curiosidade é que o herói já apareceu nas telas, em “O Resgate do Titanic”, de 1980 (há uma cena logo no início mencionando o fato). Porém, parece que o escritor Cussler não gostou muito do resultado final desta produção.

MELINDA E MELINDA
Woody Allen de volta ao circuito. Falem bem ou falem mal, Allen é sempre bem-vindo nas telas. Por menor que seja o trabalho (e parece que esta produção é bem modesta), sempre há traços interessantes e bons momentos. Desta vez ele não atua (dirige e escreve o roteiro), nesta estória de dois escritores que, durante um jantar, entre um assunto e outro, resolvem imaginar duas estórias a partir de uma mesma personagem (a tal Melinda do título). O resultado é que cada um cria um conto peculiar, que passa do cômico e da tragédia. Ponto de partida interessante, para esse filme sem grandes astros (o mais conhecido é o ator Will Ferrer, do Saturday Night Live, que fez “O Âncora” e estará na versão para as telonas do seriado “A Feiticeira”). Quem conhece o diretor já sabe o que esperar. Filme de grife (no melhor sentido da palavra).

IRMÃOS
Produção francesa, dirigida por Patrice Chéreau (que também é um dos autores do roteiro). Parece um dramalhão daqueles. São dois irmãos, que não se falam há tempos. Tudo muda quando um deles descobre que está morrendo de rara doença. O que obriga à inevitável reflexão sobre a vida, as coisas insignificantes pelas quais brigamos e nem sempre nos damos conta. A fita foi indicada ao prêmio Cesar (o Oscar francês) na categoria de ator (Bruno Todeschini) e venceu no Festival de Berlim, onde recebeu o Urso de Prata de Melhor Diretor. Quem gosta do gênero, não deve sair decepcionado dos cinemas.