Image Hosted by ImageMonster.org

Hoje é o Dia "D" da crise aberta por Roberto Jefferson

O presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), terá hoje o tempo que bem entender para salvar seu mandato, escapar dos processos judiciais já acumulados contra ele e safar-se de eventuais condenações que podem, no limite, impor-lhe indenizações em dinheiro e levá-lo para a cadeia. Esta é situação que o dirigente petebista enfrentará no depoimento ao Conselho de Ética da Câmara previsto para o início desta tarde.

A hipótese de materialização desse quadro aumentará caso ele compareça perante o Conselho sem provas das acusações de corrupção e suborno que faz a autoridades do governo Lula, a dirigentes nacionais do PT, PP e PL, partidos que compõem com o PTB a base parlamentar governista.

Os personagens da crise aberta por suas acusações foram para o ataque depois que ele declarou não ter provas materiais a apresentar. O governo acredita que reverterá o jogo a seu favor se for verdade que Jefferson pretende sustentar o que disse apenas com o testemunho pessoal daquilo que viu e ouviu em dois anos e meio de relações com o Palácio do Planalto.

Embora ninguém tenha certeza sobre o que acontecerá hoje, a realidade é que a segunda entrevista do deputado desmobilizou as defesas que se armavam para enfrentá-lo. Não se levou em conta sequer o fato de que tenha dado nomes de pessoas e empresas, que seriam responsáveis pelo que chama de "mensalão", e indicado um roteiro a ser seguido em busca de comprovações. O efeito de alívio foi visível.

Os mercados relaxaram e até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu suspender a idéia de reforma ministerial, pelo menos até que Jefferson mostre suas cartas.

O cenário de expectativas desarmadas não é o melhor conselheiro para a tomada de um depoimento antecedido de revelações que parecem verossímeis. A impressão que senadores e deputados consultados ontem não escondem é a de que se Roberto Jefferson "apresentar um fiapo de prova que seja", isso dará veracidade a tudo o que afirma até que se demonstre o contrário. O governo e o PT estão pagando para ver e apostam que Jefferson está blefando.