Schumacher vence corrida "única" nos EUA

Michael Schumacher, da Ferrari, venceu o Grande Prêmio dos Estados Unidos, a prova com menos carros no grid na história da Fórmula 1. Devido a um problema com os pneus da Michelin, os 14 carros que usam o material da fábrica não disputaram a corrida alegando motivos de segurança.

Os carros que chegaram a "disputar" o GP passearam durante a prova. Michael Schumacher e Rubens Barrichello trocaram somente uma vez de posição na pista - as demais trocas aconteceram com paradas nos boxes.

Schumacher venceu o GP com o piloto brasileiro em segundo. O terceiro colocado foi o português Tiago Monteiro, que garantiu o primeiro pódio do país na categoria.

Com esse resultado, Minardi e Jordan garantem seus primeiros pontos no ano, com sete e 11, respectivamente. Desde a sexta-feira, a fornecedora de pneus francesa vem alertando suas parceiras sobre os problemas que seus compostos vinham apresentando. Segundo a Michelin, não era seguro utilizá-los por mais de dez voltas.

Antes da corrida muitas alternativas foram especuladas, até que o grupo pediu para a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a criação de uma chicane nas curvas 12 e 13, as mais rápidas do circuito. Com a recusa da Ferrari - Minardi e Jordan aceitaram -, a única alternativa era que os pilotos reduzissem a velocidade por si só.

As escuderias que usam Michelin não aceitaram as condições e, para não sofrerem punições, foram para a formação do grid. Após completarem a volta de apresentação, voltaram para os boxes e abandonaram.

A largada foi realizada com apenas seis carros no grid, as duas Ferraris, Minardis e Jordans - todas usando pneus Bridgestone.

A situação não agradou os milhares de torcedores presentes. Muitas pessoas das arquibancadas faziam sinais negativos e atiravam latas e garrafas na pista, prejudicando os carros que estavam "competindo". Muitos deixaram o autódromo logo após a largada.

"Isso é um pecado, uma pena. No entanto, é o único jeito de a gente não se machucar, pois era perigoso fazer a corrida assim. Isso foi decidido antes de irmos para o grid e depois resolvemos que após a volta de apresentação iríamos para os boxes e a corrida pararia aí", disse o brasileiro Felipe Massa, da Sauber.

Reputação

A torcida norte-americana não é a maior fã da F-1. Apesar de apreciar muito as categorias nacionais de automobilismo, praticamente não acompanha o campeonato da principal série mundial. Com a situação presenciada neste domingo, a situação se complica um pouco mais.

Os esforço financeiro e publicitário para a realização da prova em território norte-americano são sempre superiores àqueles feitos na Europa, e, de acordo com Bernie Ecclestone, responsável pelo direitos comerciais da categoria, a situação não parece boa.

"Você não pode dizer para as pessoas fazerem algo quando sua companhia de pneus diz que não podem usar aquela borracha", afirmou o dirigente. "O futuro da Fórmula 1 nos Estados Unidos e da Michelin na categoria não são bons."