Por: Ronaldo Hung





O GALINHO CHICKEN LITTLE (CHICKEN LITTLE)
A aposta para agradar o público infantil da semana, esta produção da Disney é, como sempre, caprichada (tem efeitos da ILM de George Lucas). É uma variação do velho conto do menino que grita lobo e ninguém acredita. No caso, um pequeno e descolado galo, que nunca foi levado a sério, um dia sai dizendo que o mundo vai acabar, pois o céu estaria caindo (mas foi a queda de uma avelã na sua cabeça).

A fama de mentiroso se espalha e... obviamente, quando acontece de verdade, difícil é convencer alguém que não é papo-furado. Na dublagem nacional, Mariana Ximenes e Daniel de Oliveira são os destaques. O original conta com Joan Cusack, Patrick Stewart e Steve Zahn. Diversão para toda família.

MERGULHO RADICAL (INTO THE BLUE)
Se você gostou daquele filme sobre garotas surfistas, “A Onda dos Sonhos” (do mesmo diretor deste, John Stockwell , que existe em dvd), não vai ter do que reclamar dessa produção, mero pretexto para exibir as belas formas da não menos bela Jessica Alba (a dançarina de “Sin City”) em trajes de banho. Pensando bem, você ainda quer saber da história? Pode-se dizer que há inspiração numa antiga fita (de 1977), estrelado por Jaqueline Bisset, “O Fundo do Mar” (que ficou famoso por uma foto da atriz de camiseta branca molhada e que também existe em dvd por aqui).

Mas o roteiro é o de menos mesmo. A fórmula básica: junte dois astros (Paul Walker, de “Velozes e Furiosos”) e uma paisagem fotogênica e por ai vai: namorados mergulhadores no Caribe buscam tesouros no mar e acabam trombando com pacotes de drogas. Aventura sem compromisso, que mergulha em águas conhecidas. Mas o que vale mesmo é Jessica e Ashley Scott (a Caçadora do seriado “Birds of Prey”). O resto é água.

MARCAS DA VIOLÊNCIA (A HISTORY OF VIOLENCE)
Quem conhece a obra do diretor David Cronenberg já sabe o que esperar deste título, que é baseado em uma graphic novel (de John Wagner e Vince Locke). O elenco de rostos conhecidos ajuda a vender a obra: Viggo Mortensen (de “Senhor dos Anéis”, Ed Harris, Maria Bello (de “Showbar”). Um cidadão comum, dono de restaurante, evita um assalto e acaba matando dois dos criminosos. Por isso acaba tendo os seus cinco minutos de fama, mesmo sem querer. A sua tranqüila vida fica de cabeça para baixo, além de o encontro com um sujeito muito estranho. Pela direção e elenco, vale uma espiada.

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS
Exibida na mostra de cinema, fez sucesso esta produção (que ganhou prêmios do júri e público). Além disso, a fita foi premiada no Festival do Rio (melhor ator). Ambientando no nordeste, conta o encontro de dois personagens completamente opostos: um refugiado de guerra e um outro andarilho do local. Após uma carona, acabam unindo forças, passando a viajar em um caminhão vendendo aspirinas. Tem um pouco de road-movie, mas parece que a ênfase é na amizade que une os dois em suas aventuras. Com público certo, deve fazer boa carreira no circuito alternativo.

SIGNO DO CAOS
Produção nacional, indicada ao público alternativo que conhece o trabalho do diretor Rogério Sganzerla. Tem como tema a censura, ao levar às telas a figura de um tal Dr. Amnésio, cujo trabalho é analisar e julgar materiais que eram enviados ao departamento da censura. Com montagem fragmentada e idéias avançadas e que inspiram interpretações das mais variadas, é programa para iniciados.

VINICIUS
Fãs da bossa nova e de Vinícius de Moraes, podem comemorar: chega às telonas este registro de um show que foi realizado em homenagem ao poetinha. Vale conhecer se você curte o gênero musical. O elenco de músicos é de primeira e bastante variado: Adriana Calcanhoto, Olívia Byington, Zeca Pagodinho, Caetano Veloso, Carlos Lyra, Chico Buarque, Edu Lobo, Francis Hime, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tônia Carrero e, é claro, Toquinho. O filme abriu o último Festival do Rio.

CONCERTO CAMPESTRE
Fita de época nacional, rodada no Rio Grande do Sul, conta a história de um milionário, que fez a sua fortuna explorando a mão-de-obra local. Vivido por Antônio Abujamra, ele só pensa em enriquecer, até que um dia descobre a música clássica, vinda de um lugar bem inusitado: dois índios executando uma peça sacra, que teria sido influência das missões jesuítas. Produção bem cuidada.

MANDERLAY
Filme dinamarquês continuação do badalado “Dogville”, Lars Von Trier. O esquema é praticamente o mesmo, com cenário neutro e quase sem edição cinematográfica. Chega a ser uma peça filmada, no bom sentido. A fita começa onde terminou o anterior, com a personagem de Bryce Dallas Howard (a mocinha de “A Vila”) chegando à fazenda Manderlay do título. Ela passa a se envolver com os problemas locais, em especial nas conturbadas relações entre empregados e patrões, racismo e por ai vai. No elenco, Willem Dafoe. Não é para todos os públicos, mas tem sucesso garantido.