No ano passado, 46.740 veículos foram flagrados ao fraudar o sistema eletrônico Sem Parar; risco de acidentes é grande

Motoristas descobriram uma nova forma de burlar o pedágio nas rodovias paulistas: eles "colam" na traseira de outros veículos, que utilizam o sistema Sem Parar -que faz a cobrança eletronicamente- e atravessam as praças de cobrança sem precisar desembolsar nada.

Além do risco de acidentes -o motorista do carro da frente pode, por exemplo, se assustar com o "carona" e frear-, os infratores também são multados. Só no ano passado, 46.740 motoristas foram flagrados, segundo dados da Polícia Militar Rodoviária.

Na Via Oeste, que administra as rodovias Raposo Tavares e Castello Branco, dos 50 mil que usam diariamente o sistema eletrônico de cobrança, uma média de 25 carros "cola" no da frente para evitar o pedágio. Nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, da AutoBAn, dos 104 mil carros que usam o sistema por dia, pelo menos 12 não pagam a tarifa.

"Muitas pessoas acham que, se passarem pelo Sem Parar enquanto a cancela ainda está aberta, não pagarão a tarifa do pedágio. O que elas não sabem é que o sistema identifica a fraude imediatamente e emite uma multa", diz Odair Tafarelo, da Via Oeste.

A multa está prevista no artigo 209 do Código Brasileiro de Trânsito. O motorista perde cinco pontos na carteira e ainda recebe uma multa de R$ 127. Mas nem sempre a multa assusta os infratores. Cerca de 30% da frota de veículos de São Paulo, por exemplo, circula sem licenciamento. Boa parte dos irregulares são justamente os motoristas que não pagam o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) ou multas de trânsito. Na rodovia Dutra, que vai até o Rio de Janeiro, o número de infrações no sistema é menor (cerca de um caso por dia).