Por: Ronaldo Hung





A semana traz boas opções para um cineminha. Há desde o novo Spielberg, comédias românticas e vários filmes alternativos. Confira todas as estréias:

MUNIQUE (Idem)
Nova produção de Steven Spielberg no circuito, desta vez um drama histórico, como o título já deixa transparecer. Aborda a ação do grupo Setembro Negro durante os Jogos Olímpicos, em 1972, em um atentado terrorista. A fita conta com Eric Bana (de “Hulk” e “Tróia”) como protagonista e também Daniel Craig (o novo 007). Mas é um filme longo, até pouco comercial. Nem por isso Spielberg perde seu brilho, afinal ele sempre soube como contar histórias.
No caso, o herói é um agente israelense que recebe a missão de localizar e eliminar os acusados. Indicado ao Globo de Ouro (direção e roteiro), parece ter chances de estar na lista do Oscar. O trailer não empolga. Porém o elenco e a direção são mais do que recomendados. Um Spielberg adulto.

DIZEM POR AÍ... (Rumor has it)
Comédia Romântica estrelada por Jennifer Aniston (do seriado Friends), ultimamente mais conhecida como a ex-senhora Brad Pitt. Porém, tablóides à parte, Aniston é encantadora e tem brilho próprio. Dirigido por Rob Reiner (do “clássico” Harry & Sally, dentre outras coisas legais), tem ainda um elenco de destaque, com Shirley McLaine, Kevin Costner e Mark Ruffalo. O título é explicado pelo roteiro: segundo consta, a família da mocinha teria sido a inspiração para o livro que foi levado ao cinema como “A Primeira Noite do Homem” (estrelado por Dustin Hoffman). Mas pouca gente vai se lembrar desta fita hoje em dia. Mas a história se sustenta pelo “molho” adotado. Muitos mal-entendidos, uma pitada de romance no ar, um certo charme pelo elenco. A mistura parece render uma boa sessão da tarde. Vale uma espiada.

O ASSASSINATO DE RICHARD NIXON (The Assassination of Richard Nixon)
Co-produção mexicana e americana, estrelada por Sean Penn e Naomi Watts (a mocinha do novo “King Kong”) e Don Cheadle. É um exercício de roteiro sobre um tema caro aos americanos: o orgulho do seu país. Aqui os protagonistas são problemáticas, tipos comuns em qualquer parte do mundo. Penn, em boa caracterização, vive um cara desempregado e que acaba de terminar seu casamento. E que acredita que a verdadeira culpa da sua maré de azar está no governo dos EUA. Por isso, ele começa a arquitetar uma complicada trama, que dá nome à fita. Um thriller que parece interessante.

MALDITO CORAÇÃO (The Heart is Deceitful above all Things)
Drama americano baseado em livro de J.T.Leroy, dirigido pela atriz Asia Argento (filha do diretor Dario Argento, especialista em fitas de terror), conhecida pelo grande público como a heroína do primeiro “Triple X”. Ela sempre foi meio rebelde, fazendo o gênero “maluca beleza”. E esta fita não decepciona neste quesito, sendo mais alternativa do que comercial.
É a história de um menino que vive com pais adotivos, até que sua problemática mãe volta e decide que é hora de recomeçar sua vida com a criança. Muitos conflitos, um elenco de gente conhecida fazendo pontas (a sumida Winona Ryder, Peter Fonda, Ornela Mutti) e uma trilha sonora descolada. Mas é fita para um público restrito.

A CAVERNA (The cave)
Fita de suspense que parece divertida. Um grupo de cientista descobre sobre as ruínas de uma igreja a caverna do título. É claro que eles vão querer explorar o local, encontrando coisas esquisitas escondidas por lá (parece são uma espécie alienígena). Nada de novo, nem é para se levar a sério. A correria tradicional do gênero. Mas para quem quer só uma leve fita de aventura, pode ser uma opção. A produção filmou no México e na Romênia, em cavernas naturais. No elenco, Piper Perabo (a mocinha de “Show Bar”).

A MULHER DO MEU IRMÃO (La Mujer de mi Hermano)
Drama mexicano, em co-produção americana, com uma bela atriz (Gaby Espino). A história não traz nenhuma novidade, sendo mais uma variação de triângulo amoroso envolvendo irmãos. Segundo a ficha técnica, é baseado num livro de sucesso. O trailer é interessante e não esconde o seu conceito básico. Para quem curte o gênero, é a pedida.

AS CHAVES DE CASA (La Chiavi di Casa)
Drama co-produzido pela Itália, França e Alemanha, com temática semelhante a outra fita da semana, “Maldito Coração”. A problemática reaproximação entre pais e filhos, após a criança ter sido abandonada para adoção. Neste filme, o garoto é deficiente físico e a abordagem é voltada para o pai, que retorna para tentar uma reaproximação com seu filho, que foi criado pelos tios. A produção teve boa recepção no Festival de Veneza, tendo sido premiada como melhor filme e ator (para o jovem Andrea Rossi, que realmente é deficiente).

CRIME DELICADO (Nacional)
Drama nacional dirigido por Beto Brant (de “O Invasor”, “Ação Entre Amigos”) e estrelado por Marco Ricca (também produtor). Um crítico de teatro conhece a obra de um artista plástico e fica fascinado pela imagens de uma garota. Decidido a conhecer quem é a musa inspiradora, acaba conhecendo-a, bem como o estranho mundo que a envolve, ao que parece uma relação pouco comum. Um clima intrigante, um “quê” de teatro, uma bonita e competente atriz (Lilian Taublib). Programa para alternativos.

PARADISE NOW (Idem)
Drama produzido pela França, Alemanha, Israel e Holanda. O ambiente é a guerra. Acompanha-se dois grandes amigos que, na luta pelos seus ideais políticos, finalmente conseguem uma chance para participar de um atentado em Israel. Mas será que a guerra justifica aqueles atos? A fita ganhou como melhor filme estrangeiro no último Globo de Ouro.