Schumacher vence na Itália e anuncia aposentadoria

"O momento certo é este". Michael Schumacher venceu o Grande Prêmio da Itália de Fórmula 1 e anunciou em clima de festa a sua aposentadoria, dizendo que a hora certa era aquela. Correndo na casa da Ferrari, o heptacampeão chegou à sua 90ª vitória da carreira na F-1, e viu seu principal adversário e líder do Mundial, Fernando Alonso, da Renault, abandonar. Assim, a vantagem do espanhol é, agora, de apenas dois pontos.

Ao fim da prova, Schumacher desceu de seu carro e, com lágrimas nos olhos foi cumprimentar os mecânicos da Ferrari no parque fechado. O alemão ainda buscou sua esposa, Corinna, e o diretor esportivo da equipe, Jean Todt, com quem chorou abraçado.

Com a aposentadoria de Schumacher, a Ferrari anunciou que sua dupla para 2007 será o brasileiro Felipe Massa (com contrato até 2008) e Kimi Raikkonen (com contrato de três anos). Schumacher deve exercer algum papel nos bastidores da Ferrari, mas o time só definirá qual no fim do ano.

Na entrevista coletiva após a vitória, o alemão confirmou que só disputará mais três corridas na F-1. "Houve muita discussão sobre meu futuro. Sinto muito por não ter dito antes, mas tem um momento certo. Este é o exato momento. Será meu último GP na Itália. E irei me aposentar do automobilismo. Foi um tempo realmente excepcional. Realmente amei todo momento, os bons e ruins", afirmou, antes de desfiar uma longa lista de agradecimentos, que abrangeu desde sua família até mecânicos da Ferrari.

Esta foi a sexta vitória de Schumacher no ano, igualando-se a Alonso. Ele agora acumula 106 pontos no Mundial de Pilotos, contra 108 do espanhol da Renault. Restam ainda 30 pontos em jogo para as últimas etapas da temporada (China, Japão e Brasil).

O segundo colocado no GP em Monza foi Kimi Raikkonen, da McLaren, que largou da pole position. Completando o pódio aparece o destaque do domingo, Robert Kubica, da BMW, que em sua terceira corrida na Fórmula 1, conquistou três posições logo na largada e terminou pela primeira vez no pódio.

Alonso, que largou em décimo, fez uma grande corrida, ultrapassando quatro carros logo na primeira volta. Demonstrando muita disposição, o espanhol chegou a ocupar a terceira colocação faltando apenas 16 voltas para o final, mas viu o motor de seu carro estourar pela segunda vez no ano.

No sábado, o espanhol foi punido por segurar Massa durante a classificação, perdendo seus três melhores tempos. Neste domingo, ainda revoltado com a medida dos dirigentes, deu uma declaração forte, afirmando não considerar mais a Fórmula 1 como esporte.

A Honda, por sua vez, fez uma corrida discreta. Com motor completamente novo, o time conseguiu colocar Jenson Button na quinta colocação, e seu companheiro, o brasileiro Rubens Barrichello, mais atrás, em sexto.

O time tenta se antecipar à nova regra que entra em vigor na Fórmula 1 no fim da atual temporada. Segundo ela, os motores usados neste ano não poderão sofrer alterações para a próxima temporada, interrompendo o desenvolvimento dos propulsores com o intuito de corte dos gastos.