Ator Phillippe Noiret, de "Cinema Paradiso", morre aos 76 anos

O ator francês Philippe Noiret morreu nesta quinta-feira em Paris, aos 76 anos, de câncer. Ele atuou em quase 150 filmes ao longo de cinco décadas. Foi um dos atores mais requisitados dos grandes cineastas dos cinemas italiano e francês, principalmente na década de 1970, mas alcançou popularidade mundial depois dos 60 anos, com "Cinema Paradiso", do diretor Giuseppe Tornatore (1991), e "O Carteiro e o Poeta", de Michael Radford (1994).

Noiret obteve dois prêmios César (o Oscar francês) de melhor ator, em 1976 por "O Velho Fuzil", de Robert Enrico, e em 1990 por "A Vida e Nada Mais", de Bertrand Tavernier, que era um de seus parceiros mais freqüentes.

O ator fez filmes em vários países da Europa, mas nunca quis investir numa verdadeira carreira internacional, o que implicaria atuar nos Estados Unidos. Entre os diretores célebres com quem trabalhou incluem-se Alfred Hitchcock ("Topázio"), Marco Ferreri ("A Comilança"), Phillippe de Broca ("O Corcunda"), Francesco Rosi ("Esquecer Palermo" e "Três Irmãos"), Mario Monicelli ("O Quinteto Irreverente"), Louis Malle ("Zazie no Metrô") e Valerio Zurlini ("Deserto dos Tártaros").

Depois de uma carreira desastrosa nos estudos, Noiret começou como ator de teatro e comediante de cabaré nos anos 1950. Em 1953 foi convidado pela diretora Agnès Varda para um papel cinematográfico. Seguiram-se muitos filmes até que, em 1966, ele optou definitivamente pelo cinema. Seus personagens, mesmo quando cruéis ou amorais, sempre tinham uma aparência de homem comum. O presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, o considerou "o principal trabalhador da França".