Estréias desta sexta-feira nos cinemas de São Paulo

Matthew Perry faz comédia fraca em A Serviço de Sara
A Serviço de Sara é uma comédia simples e sem grandes pretensões, com elenco bom que apresenta performances divertidas. Matthew Perry (o Chandler de Friends) faz Joe, um oficial de justiça de Nova York que precisa entregar a Sara Moore (Elizabeth Hurley) uma intimação para comparecer a uma audiência de divórcio. O filme tem direção de Reginald Hudlin.

Espantada e magoada pela notícia inesperada do divórcio, Sara fica ainda mais frustrada quando é informada por Joe de que, pelo fato de ter sido intimada primeiro, seu marido (Bruce Campbell), um criador de gado texano, terá uma vantagem enorme na corte do divórcio.

É esse o argumento da história e isso explica porque Sara fecha um acordo com Joe: ela convence o rapaz a esquecer que a intimou primeiro, ajudá-la a intimar seu marido mulherengo e, em troca, ela dará a Joe 10 por cento do que levar no divórcio.


Amor Sem Fronteiras comercializa sofrimento humano
A imagem de Angelina Jolie, de roupa branquíssima e impecável, atravessando um imundo campo de refugiados etíopes com uma criancinha negra moribunda nos braços, não vai cair bem junto a muitos críticos e membros do público de cinema.

Mesmo supondo que seus criadores tenham tido os melhores motivos possíveis para fazer Amor Sem Fronteiras, o filme corre o risco de representar o sofrimento humano como algo exótico e, ao mesmo tempo, glamourizar a figura dos funcionários brancos de organizações humanitárias que atuam no Terceiro Mundo.

Ao ambientar a "emocionante aventura romântica", como diz o material promocional do filme, contra o pano de fundo do trabalho humanitário em países dilacerados por guerras, a produção sem querer confunde o que é entretenimento e o que é exploração comercial.


Dogtown and Z-Boys traz loucuras do skate dos anos 70
Esculpido nas ondas e no asfalto de Venice, na Califórnia, Dogtown and Z-Boys apresenta as proezas de um grupo de adolescentes intrépidos que inovaram no mundo do surfe e do skate dos anos 1970.

Endurecidos com a vida em famílias de pais separados e carregados de energias represadas, eles se jogavam às ondas sem medo de nada. Dogtown foi o co-ganhador merecido do prêmio do público por melhor documentário no Festival de Cinema Sundance, e o diretor, Stacy Peralta, recebeu o prêmio de melhor diretor de documentário do festival, também merecidamente.

O filme traça o retrato de oito jovens cheios de garra e orgulho que inovaram no skate e, na mais gloriosa das ironias, acabaram vendo o establishment esportivo cortejá-los com muito dinheiro.


Macaulay Culkin vira gay e assassino em Party Monster
As noites sem fim regadas a drogas sintéticas dos anos 1980 trouxeram a decadência descontrolada, overdoses quase fatais e, finalmente, um assassinato - como se pode ver em Party Monster, um relato verídico sobre a cultura clubber nova-iorquina daquela época.

Os diretores Fenton Bailey e Randy Barbato já tinham feito um documentário sobre a história, também intitulado Party Monster. Agora, baseados no livro de James St. James "Disco Bloodbath", eles voltaram ao mesmo tema para seu longa-metragem de estréia.

Por experientes que ambos sejam na seara dos documentários, seu primeiro trabalho de ficção saiu desajeitado, com estilos de atuação destoantes e uma escassez generalizada de estrutura e ritmo narrativos. A melhor hipótese para Party Monster é que o filme faça sucesso entre o público interessado em temas gays e no cinema bizarro.


Sob a Névoa da Guerra disseca guerra do Vietnã
Apesar de uma longa e respeitável carreira como documentarista, cineasta e diretor de comerciais premiados, Errol Morris, 56 anos, nunca havia sido lembrado para uma indicação ao Oscar.

Em compensação, logo na primeira, em 2004, levou o prêmio, pelo contundente documentário Sob a Névoa da Guerra, derrotando aquele que muitos consideravam favorito, Na Captura dos Friedmans.

O filme do diretor norte-americano consiste em uma rara e longa entrevista com o ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos Robert McNamara -- considerado um dos condutores da Guerra do Vietnã, conflito que custou a vida de 3,5 milhões de vietnamitas e 58 mil americanos.