Por: Ronaldo Hung





Semana sem grandes estréias no circuitão pipoca, com mais opções para o público alternativo. Mas há “Sr. e Sra. Smith”, com Angelina Jolie e Brad Pitt. Vale o registro da inauguração das salas do Complexo Reserva Cultural (na Av. Paulista), que acontecerá no sábado. Confira as estréias.

SR. E SRA. SMITH
Fita de ação, que ganhou notoridade mais pelas fofocas de bastidores do que pelo filme em si. Dizem que foi aqui que Angelina Jolie começou a se engraçar com Brad Pitt (o que causou a separação dele com Jennifer Aniston, do seriado “Friends”). Mas, fofocas à parte, é um entretenimento interessante, ao colocar na tela dois dos grandes símbolos sexuais atuais. Seria um “Spy x Spy” com um casal (o filme é uma adaptação de um seriado americano).

Na verdade, os dois formam um casal à beira da rotina, entediados com sua vida comum. Mas, como o trailer já revela, eles são espiões internacionais. A confusão começa quando são contratados para matarem um ao outro. A fita tem dinheiro, um casal bonito e charmoso, enfim, tudo no lugar. O diretor Doug Liman é competente, tendo realizado “Vamos Nessa!”, com Sarah Polley e Katie Holmes (a atual namorada de Tom Cruise, que semana que vem chega às telas com o novo Batman) e o primeiro “Identidade Bourne”, com Matt Damon (ambos disponíveis em dvd). Curiosidade: o papel de Angelina era de Nicole Kidman, que acabou desistindo do projeto. Quem também esteve cotada foi Catherine Zeta-Jones.

JANELA DA FRENTE
Produção italiana, um drama que, pela sinopse, lembra o velho ditado de que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Acompanhamos a rotina de uma mulher comum, que vive sua vida cotidiana ao lado do marido. Além do trabalho numa fábrica, ela está sempre prestando ajuda no bairro e vizinhanças. Até que a rotina é quebrada com a chegada de um senhor com amnésia. E um novo vizinho misterioso e galante passa a despertar a atenção dela. Com direção de Ferzan Ozpetek, tem no elenco Giovanna Mezzogiorno, Massimo Girotti e Raoul Bova.

CLEAN
Drama produzido pela França e Inglaterra, que tem no elenco Maggie Cheung (recentemente vista em “Herói”, com Jet Li), atriz bastante conhecida no meio, que aqui até canta. Ambientado no mundo da música, conta a trajetória de um casal de astros de rock em decadência. Quando o marido morre de overdoes, Cheung é presa e passa meio ano na prisão. Ao sair, ela tenta reconquistar a confiança do filho pequeno e reconstruir sua vida e carreira musical. O filme foi premiado em Cannes, consagrando o trabalho de Cheung (que foi escolhida melhor atriz), além de ter sido indicado ao César (nas categorias atriz e fotografia). Não é um musical, mas um grande painel dramático que merece ser conhecido.

HERÓI POR ACASO
Comédia dramática francesa, premiada com o César (para o ator Jean-Paul Rouve). Um salsicheiro francês, durante o período de ocupação nazista, acaba envolvido com os problemas enfrentados pelo seu vizinho, que é judeu, e vai ser deportado. Os problemas aumentam quando, um tempo depois, o filho do vizinho reaparece na porta dele, juntamente com mais duas crianças. Arrependido, ele resolve escondê-las dos alemães.

MULHER
Esta é uma verdadeira raridade no circuito, que vai também ser a atração na inauguração das salas de cinema do Complexo Reserva Cultural, na Avenida Paulista (ao lado do prédio da Gazeta). Trata-se de um filme de 1931, dirigido por Octávio Gabus Mendes (pai de Cassiano Gabus Mendes), com bela fotografia de Humberto Mauro (craque no assunto). Curiosa produção nacional, totalmente sem diálogos, que conta a vida de Carmem, casada com um bêbado, que mora com sua mãe. Como desgraça pouca é bobagem, a personagem, cansada da vida que leva, acaba arrumando um amante, que eventualmente acaba abandonando-a, e conhece um estranho milionário (depois que é explusa de casa pelo marido). Um experimento para a sua época, tem nova chance de ser conhecido pelo grande público.

DJOMEH
Drama do Irã, aparentemente um romance que enfrenta preconceitos, premiado em Cannes. O herói (o Djomeh do título) é um rapaz estrangeiro (afegão) que trabalha nas fazendas locais do interior daquele país. Ao que parece, é um daqueles personagens cheios de boas intenções (até inocente em determinados momentos), que embora não perca nunca as esperanças, acaba de frente com o preconceito (que na verdade é igual em qualquer lugar do mundo), principalmente quando se apaixona pela sua vizinha.

CONVERSANDO COM MAMÃE
Comédia co-produzida pela Argentina e Espanha. Quem gosta do gênero não deve se decepcionar com a história, que acompanha o relacionamento de uma senhora de 80 anos e seu filho cinqüentão. Quando ele fica desempregado, acaba tendo que se mudar, juntamente com sua esposa e dois filhos, para a casa da mãe, que sempre viveu sozinha. Além dos inevitáveis conflitos que a nova situação promove, há um agravante, quando o filho descobre que a mãe está noiva de um homem bem mais jovem.