Por: Ronaldo Hung





Semana onde o grande destaque é a nova versão da “Fantástica Fábrica de Chocolate”, além de uma nova fita de terror. Confira todas as estréias

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE
Este é o remake de um dos clássicos da “sessão da tarde”, estrelada originalmente por Gene Wilder em 1971. Nesta nova roupagem, o diretor Tim Burton (que realizou o primeiro Batman da Warner) trabalha novamente com seu ator favorito, o competente Johnny Depp. É o quarto filme da dupla, que fizeram “Edward Mãos de Tesoura”, “Ed Wood” e “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” (todos disponíveis em dvd por aqui, inclusive a versão original desta produção).

Talvez a nova geração desconheça a história, que é uma fábula de humor negro e com toques para lá de “estranhos” (bem no estilo de Burton): um garoto pobre é uma das cinco crianças escolhidas por um excêntrico milionário, Willy Wonka, para conhecer sua fábrica de chocolate. Quem não conhece pode achar que não passa de uma fita infantil. Mas não é. Experimente. Uma curiosidade: o garoto Freddie Highmore é o mesmo que esteve ao lado de Depp no filme “Em Busca da Terra do Nunca”.

TERRA DOS MORTOS
Quem curte filmes de zumbis sabe que o nome do diretor George A.Romero é sinônimo do gênero. Esta produção pertence a um ciclo que foi iniciado com três outras fitas: “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), “O Despertar dos Mortos” (1978) e “O Dia dos Mortos” (1985). Ou seja, é coisa para iniciados. Mas dá para encarar como principiante.

Desta vez, o planeta já foi totalmente dominado pelos mortos-vivos e a raça humana se esconde em uma cidade e precisa defender o território. Nada que muita fita trash de locadora não tenha usado como desculpa de roteiro. Mas o toque do especialista Romero recomenda uma espiada. No elenco, o veterano Dennis Hopper e a bela Ásia Argento (do primeiro “Triplo X”, com Vin Diesel).

DE REPENTE É AMOR
Mais uma comédia romântica chegando ao circuito, estrelada por Amanda Peet e Ashton Kutcher. Não traz muitas novidades. Mas, pensando bem, fitas deste gênero não têm mesmo que trazer propriamente novidades (“é sempre a mesma história...”, já dizia a canção de “Casablanca”). São dois jovens que se esbarram durante um vôo. Logo de cara percebem que são um o oposto do outro (ela é daquelas maluquinhas, enquanto ele é todo certinho). A graça é que eles acabam sempre se encontrando durante toda fita (são longos sete anos!). E papo vem, papo vai... Curiosidade: o papel da mocinha estava previsto para Katie Holmes, que desistiu para fazer o novo “Batman”.

AS AVENTURAS DE SHARKBOY E LAVAGIRL EM 3-D
O título pomposo sugere que os personagens já existiam em quadrinhos ou coisa assim, mas o fato é que, segundo divulgado, tudo é invenção do filho do diretor Robert Rodriguez (de “Um Drinque no Inferno” e do aguardado “Sin City”, este sim baseado em grafic novel). Aliás, Rodriguez participa de quase tudo desta produção (direção, roteiro, produção, música, fotografia), uma aventura infantil onde um garoto fã de dois super-heróis (Sharkboy e a Lavagirl, do título) é convocado para ajudá-los a salvar um planeta. Os efeitos especiais são da ILM de George Lucas. O diretor já tem experiência com fitas para público infantil (é dele o primeiro “Pequenos Espiões”).

TARTARUGAS PODEM VOAR
No circuito alternativo (sem zumbis, chocolates e romances) temos esta produção do Irã/Iraque, do mesmo diretor de “Tempo de Embebedar Cavalos”, Bahman Ghobandi. A história se passa em um acampamento no Iraque, na fronteira do Irã e Turquia. Na iminência da guerra e da invasão americana de 2003 naquele local, acompanhamos jovens tentando sobreviver àquela realidade. Um programa para iniciados. Com toda força que o diretor Ghobandi sabe colocar em suas imagens.

O AMIGO DE MINHA AMIGA
Uma mulher solitária conhece uma estudante, que namora um esportista, que é amigo de um conquistador, que namora uma chata, que simpatiza com a solitária. Último filme da série "Comédias e Provérbios", de 1987.

Tudo em "O Amigo da Minha Amiga" é questão de arquitetura. Arquitetura amorosa, primeiro, pois para as amigas Blanche e Lea trata-se de descobrir o que é verdadeiramente o amor e como distinguir o homem certo do errado. Arquitetura narrativa, em seguida, pois vemos aqui uma dessas histórias com final previsível, onde o que nos dá prazer, no entanto, não é a revelação do que vai acontecer com os personagens, mas de como isso se dará.