Por: Ronaldo Hung





E ai?Nesta semana há boas opções para todos os gostos: o comentado filme da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, o drama Hotel Ruanda (indicado a vários Oscars e Globo de Ouro) e um filme de casa mal-assombrada.

2 FILHOS DE FRANCISCO
Superprodução nacional que conta a trajetória da dupla Zezé Di Camargo e Luciano. Primeiramente, é bom adiantar que a fita funciona enquanto drama e cinema. Esqueça o preconceito inicial que possa existir com relação aos astros. Mesmo porque, o filme tem gente talentosa no elenco, como Thiago Mendonça, Lima Duarte e José Dumont, além de Paloma Duarte (sempre competente e bela) e Natália Lage.

A história é daquelas edificantes, acompanhando o pai da dupla (o Francisco do título), cujo sonho é ver seus filhos na carreira musical. Mostra-se o difícil início e a união da família. Na trilha sonora, artistas famosos (como Caetano e Ney Matogrosso) interpretam clássicos do gênero. Pelo que tem sido visto desde o seu pré-lançamento, a produção tem tudo para agradar os fãs de Zezé e Luciano, o que não seria novidade. O mérito é que a fita também tem conseguido bons comentários da crítica especializada. O fato é que um filme competente naquilo que se propõe e funciona para todos os públicos.

HOTEL RUANDA
Drama cujo currículo inclui várias indicações ao Oscar (ator, atriz coadjuvante e roteiro). O bom ator Don Cheadle é colocado no meio de um conflito social em Ruanda, que resultou na morte de quase um milhão de pessoas. Seu personagem é dono de um hotel (daí o título), que abriga vários sobreviventes.

A fita também concorreu ao Globo de Ouro (filme, ator e canção). Uma produção bastante elogiada, com elenco que conta com ainda com Jean Reno e Nick Nolte. Curiosamente, embora a fita tenha esse lado de “produção independente”, quase foi engolida pelo sistema hollywoodiano (Will Smith até foi cotado para o personagem principal). Bastante comentado na época do seu lançamento, a fita não é um programa fácil, mas nem por isso deve passar em branco.

HORROR EM AMITYVILLE
Esta é uma refilmagem de uma antiga fita de terror, chamada por aqui de “A Cidade do Horror” (de 1979). A nova geração provavelmente nem deve conhecer a produção original, que tinha Margot Kidder (a Lois Lane do “Superman” do diretor Richard Donner). De qualquer forma, pelo trailer que andou sendo exibido nos cinemas, esta nova versão parece ter o “clima” que todo fã de fitas do gênero gosta. Se bem que a produção é de Michael Bay, um especialista do “novo” cinema barulhento (outro filme dele está no circuito, “A Ilha”).

Baseado em livro de Jay Anson, que narra um suposto fato ocorrido em 1979, quando um rapaz assassina sua família inteira. Anos depois, outro casal compra a casa onde o crime aconteceu, em Amityville, e o resto é história. Quem gosta do gênero deve arriscar uma conferida e ver o resultado. E filme de casa mal-assombrada sempre desperta a curiosidade do público.

TRÊS VIDAS E UM DESTINO
Drama americano, contando a história de uma fotógrafa vivendo na romântica Paris antiga (a fita é ambientada nos anos 30). O cotidiano dela está prestes a mudar, com a chegada da 2ª Guerra. A produção conta com duas belas mulheres, Charlize Theron e Penélope Cruz, que já provaram ser boas atrizes em outros trabalhos e sempre são um colírio para os olhos. A personagem de Charlize divide o apartamento com Penélope e um rapaz, criando um certo “clima” de triângulo amoroso no ar. Mas parece que o foco do filme é outro, ficando mais nos conflitos do fascismo e problemas pessoais.

UM DIA SEM MEXICANOS
Comédia hispânico-americana, que enfoca o preconceito que existe nos EUA com relação aos latinos. Um tema já tratado em produções anteriores, mas que se bem conduzido pode render um bom produto. Como há um certo humor negro nas situações vividas pelos personagens, deve agradar um leque maior de público. São apresentados vários tipos de personagens latinos (o latin lover, o idoso, uma jornalista) neste filme, ao que consta baseado num curta produzido pelo seu diretor, Sergio Arau (que também participa do roteiro). A idéia seria que grande parte da população latina estaria “desaparecendo” de repente. E a pergunta: o que teria acontecido?

ALILA
Drama israelense, em co-produção francesa, do mesmo diretor de “Kadosh”, Amos Gitai (aliás, é dele a voz que faz a narração que aparece logo nos créditos iniciais). Trata-se de um grande painel de personagens, tendo em comum o local onde moram, um pequeno prédio de Tel Aviv. São várias histórias que se cruzam de alguma forma. Baseado em romance de Yehoshua Kenaz. Para públicos iniciados.