Por: Ronaldo Hung





Feriado na cidade e boas estréias nas telas. Para quem ficou por aqui, há opções para todos os gostos. Confira todas as estréias:

INSTINTO SELVAGEM 2 (Basic instinct 2)
A volta de Sharon Stone ao papel que a consagrou, a da escritora ninfomaníaca e com um parafuso a menos Catherine, da fita original, de 1992. O fato é que a produção teve muitos problemas, com o roteiro passando pelas mãos de vários diretores: Paul Verhoeven (que dirigiu o primeiro), John McTiernan, Jan de Bont e até David Cronenberg. Mas a atriz sempre demonstrou interesse que o produto saísse. Pois agora a ação se passa em Londres, com Sharon sendo alvo de estudo e admiração de um psiquiatra, que passa a investigar quando estranhas mortes começam a acontecer. Michael Douglas, que passou poucas e “boas” no primeiro filme, não aparece aqui. A fita não foi bem lá fora. Mas tem lá seus atrativos, principalmente pela atriz (quase cinqüentona), em plena forma.

16 QUADRAS (16 blocks)
Nova fita do veterano diretor Richard Donner (responsável, por exemplo, pela série “Máquina Mortífera”), trazendo Bruce Willis novamente no papel de tira. Desta vez, a missão é levar uma testemunha de uma delegacia a outra, pelas desesseis quadras do título. Lógico que o criminoso é daqueles que não páram de falar e a dupla se odeia na primeira cena. Willis destila o seu humor habitual e o filme tenta fazer suspense utilizando o recurso do tempo real da ação. Bom programa para quem gosta do gênero.

TRÊS ENTERROS (The Three Burials of Melquiades Estrada)
Drama policial que marca a estréia na direção do premiado ator Tommy Lee Jones, que acabou ganhando prêmios em Cannes de melhor ator e roteiro (para Guillerme Arriaga, de “Amores Brutos”). É uma fita de fronteira, tratando da morte de um imigrante ilegal que é morto e jogado numa vala qualquer. Até que surge a figura do herói, inconformado com a morte do amigo. Os bons atores e o trabalho de Jones na direção garantem o interesse. Co-produzido com a França.

AQUAMARINE (Aquamarine)
Comédia juvenil que traz a velha história da sereia que se apaixona por um humano e quer levar o romance adiante. Já houve várias versões e esta é mais uma sessão da tarde descompromissada, que tem como atrativo as atrizes: Emma Roberts (filha de Eric Roberts e sobrinha de Julia Roberts), Joanna Levesque e Sara Paxton. Em uma piscina de um clube de grã-finos, duas amigas conhecem e ficam amigas de um bela sereia, que está ali para provar ao seu pai que existe “amor verdadeiro” (será?) e assim evitar um casória arranjado. E daí para as confusões de qualquer comédia romântica é um passo. É só não esperar demais que dá para encarar.

ESTRELA SOLITÁRIA (Don´t Come Knocking)
Drama americano em co-produção alemã, novo trabalho do cultuado diretor Wim Wenders (de “Paris Texas”) com o seu ator favorito, Sam Shepard. Quem conhece o trabalho de Wenders já sabe o que esperar. Não é filme para todos os públicos. O personagem de Shepard é um decadente ator de faroestes que resolve sair pela vida em busca do sentido da vida. No elenco, Jessica Lange (a mocinha do King Kong dos anos 80) e Tim Roth.

BRASÍLIA 18% (Idem)
Drama dirigido por Nelson Pereira dos Santos e estrelado por Carlos Alberto Riccelli. O estranho título teria algo a ver com a taxa de umidade e ao número de fitas realizadas pelo diretor. Na história, um médico legista é chamado para investigar uma ossada em Brasília. Claro que há interesses políticos que acabam prejudicando os trabalhos do herói. No elenco, Malu Mader e Othon Bastos, além de uma participação de Bruna Lombardi (casada na vida real com Riccelli).

GINGA - A ALMA DO FUTEBOL BRASILEIRO (Idem)
Documentário realizado pela produtora 02 em co-produção com a Nike. Em ano de Copa do Mundo, a fita garante seu interesse ao acompanhar vários personagens, que têm em comum o amor ao futebol.

UM CASAL ADMIRÁVEL (Un Couple Épatant)
Filme vencedor do César (o Oscar francês) de edição, tendo sido indicado também como melhor direção e roteiro. Ornellla Muti é a protagonista desta produção, que faz parte de uma trilogia do diretor (também roteirista) Lucas Belvaux, onde os personagens de cada fita acabam interagindo (os outros filmes seriam “Em Fuga”, já em cartaz, e “Acordo Quebrado”). Ela faz uma mulher que, desconfiada da traição do marido, contrata um detetive particular para tirar a história a limpo. Claro que o tal acaba se engraçando com a mocinha e... Parece trama de fita noir antiga. Resta saber se conserva algum charme daquele estilo.