Brasil "de resultados" bate Gana e recordes, e vai para as quartas

Parreira retornou à escalação pragmática dos dois primeiros jogos e o "show de resultados" deu certo, apesar de alguns sustos e de um gol impedido. Sem o brilho da goleada do "misto" diante do Japão, objetivo nos contra-ataques mas permitindo o domínio adversário em boa parte do jogo, o Brasil venceu Gana por 3 a 0, nesta terça-feira em Dortmund pelas oitavas-de-final. Com isso, se classificou para enfrentar o vencedor de Espanha x França (que jogam nesta terça, às 16h) nas quartas-de-final.

O jogo será neste sábado, às 16h (horário de Brasília), em Frankfurt. Quem vencer nas quartas-de-final enfrentará o vencedor de Inglaterra x Portugal, partida que também acontecerá no sábado (às 12h).

Na partida contra Gana, Zé Roberto (que fez o terceiro gol) foi eleito melhor em campo pela Fifa. É o primeiro brasileiro a receber essa premiação pela segunda vez nesta Copa. Outros recordes mais amplos foram atingidos. Ronaldo fez o primeiro gol e se isolou como maior artilheiro de todas as Copas com 15 gols, superando os 14 do alemão Gerd Müller. "Quero mais, mais e mais. Continuar marcando gols e conquistando títulos", disse Ronaldo após a partida.

Cafu atingiu 19 partidas e isolou-se como o brasileiro com mais atuações em Mundiais. No coletivo, duas marcas foram ampliadas. A seleção se tornou a primeira a atingir 200 gols em Copas do Mundo (com o gol de Adriano aos 46min do 1º tempo). E foi a 11ª vitória consecutiva em Mundiais, deixando ainda mais para trás as sete vitórias da Itália nas Copas de 1934 e 1938.

O Brasil também igualou Alemanha e Argentina como ataque mais positivo da Copa de 2006 até agora: 10 gols para cada time. Ao retomar o time que começou a Copa, Parreira apostou em sua formação mais rígida, mais obstinada em sua filosofia de "dar show é ganhar" (como o técnico disse e Kaká repetiu logo após a estréia contra a Croácia).

Parreira repetiu sua filosofia na entrevista após o jogo, rebatendo a um jornalista de língua espanhola que perguntou se o Brasil será campeão abandonando seu famoso futebol bonito. "O que fica na história é quem é campeão, não quem joga bonito", disse o treinador.

Ele também achou que o resultado de 3 a 0 dá uma "impressão enganosa" de que o jogo foi fácil, "mas não foi". Porém, ignorou a reclamação de seu colega de profissão Dujkovic pelo gol em impedimento. "É choro de perdedor. Chora quem perde", dispensou Parreira.